'Quem paga por tudo isso?'

'Quem paga por tudo isso?'

(a imagem é ilustrativa, mas o que aconteceu foi quase isso..)

Rotina é dose. Nada de 'anormal' parece acontecer pelo decorrer de uma vida levada dessa forma. Todo dia um mesmo ônibus às 17h50 passa pra levar aquela porrada de gente com 'cara de porre' para suas casas... As mesmas vielas, ruas e avenidas você vê pela janela e não te causam impressão porque tudo está da mesma forma e mesmo lugar...

Mas isso até ontem, porque hoje... Vou te contar... A natureza resolveu descontar toda sua raiva, chateação na gente e aprontou daquelas... "É chuva, papai! Te entra nela pra ver o que acontece", assim eu disse vibrando com a chegada dessas águas de março...

Querendo ou não, a boa chuva chegou intencionada a mostrar algo. Agora você me pergunta: Fenômeno da natureza tem intenção de p**** alguma?! Acho que tem e vou dizer por que... Fui para a parada de ônibus, pois já mais tarde -18h - teria mais uma aula pela Universidade. Só que nada de chegar a locomoção. E pra piorar, chegaram pancadas de chuvas. Fora do normal, elas vinham de todos os lados graças à ventania pela cidade de Teresina. Eu mesmo não sabia se colocava o guarda-chuvas em cima de mim, do lado direito ou esquerdo... De toda forma tava me molhando, mesmo embaixo de uma parada de ônibus...

O que são trinta minutos pra você?! Eu com esse tempo... nem sei o que faço... Pois foi esse tempo, que a chuva levou pra inundar de forma impressionante a Avenida Duque de Caxias. Surgiram engarrafamentos por conta de carros tomados pela água foi fichinha, perto dos problemas que as familias que residiam nas proximidades do local estavam passando. É fácil ter uma casa inundada devido à má estratégia da prefeitura para conter essas mazelas que sempre ocorrem em período chuvoso?

E as pessoas que estavam na parada?! Nem se fala. A água que transbordou pela avenida, chegou aos pés de uma jovem toda enxarcada e triste por estava impossibilitada de se deslocar para a casa de sua avó que estava a sua espera - e com certeza, preocupada com esse mundão de chuva caindo pela Teresina.

Enfim consegui pegar o famigerado ônibus com destino a Universidade. Dentro dele, começei a como se estivesse numa barca... Só ouvia os 'chuá' da água do mar... E um homem mais atrás com a cabeça de fora da janela dizia pras pessoas lá fora, "Olha a maré, jacaré! Sai de boca, que o barco (lê-se ônibus) ta passando". Pela janela só se via pessoas em cima de alguma coisa, debaixo de alguma coisa, desafiando o aguaçeiro das ruas... Enquanto que lá dentro, tudo era tranquilidade: casais namorando; pessoas ouvindo música e conversando; cidadãos lendo seus livros e etc...

Até que uma personagem me chamou atenção: uma senhora fazendo as continhas da casa no seu caderninho... "lavanderia... Pago!... Comida... Pago!... Doméstica... Falta pagar!... Isadora... Está me devendo R$100... João Cândido... devendo R$35...." Na mesmo hora me bateu uma idéia reflexiva acerca desses problemas da chuva em nossa cidade, Teresina: Ei, senhora coloca bem ai no seu caderninho o nome desse pessoal que está devendo todo mundo ai e me ajude a cobrar... "Prefeitura Municipal, vereadores, deputados, governador.... tudo devendo respeito e dignidade a cidade"

Por Raoni Barbosa