quinta-feira, fevereiro 19, 2009

"Me senti um xiita em território sunita..."

É foi essa sensação que tive ao assistir ao jogo entre Flamengo do PI e Vasco da Gama... Não sou torcedor do Botafogo, do Flamengo e muito menos Fluminense e nem do River do Piaui - todos rivais diretos dos times que iam se enfrentar no Estádio Albertão. Sou corinthiano roxo! Isso mesmo. Mas o que teve a ver?! É que fui assistir ao jogo por acaso num bar de São Paulinos loucos e doentes - no Bar Todo Torto.
Fui com uma prima e um casal de sao paulinos. A principio não sabia que era lá. E muito menos imaginava que para entrar tinha que ser torcedor de tal time, pois já fui em outros bares do tipo que tudo ocorria na paz e não tinha aquele critério. Mas quando cheguei lá, na portaria esta a faixa: INDEPENDENTE TERESINA - a torcida organizada do São Paulo de origem paulista só que com uma filial na capital. Pelas paredes emblemas fortes característico da torcida. Na verdade, é coisa de louco ser um corinthiano no meio daquela galera!
Corajoso para entrar, mas medroso para falar: Sim, eu sou corinthiano!
Por lá o presidente da torcida já veio perguntando se era cadastrado... dai disse: "Não, mano!" ops, essa linguagem é a dos corinthianos!
Enquanto a torcida saopaulina ia chegando aos poucos para assistir ao jogo do São Paulo pela Taça Libertadores da América, o restante decidiu a acompanhar o jogo transmitido diretamente do Albertão. Detalhe: muitos torcendo a favor do Flamengo do Piauí. E eu, além de um corinthiano em território inimigo, estava torcendo a favor Vasco da Gama naquele dia. Tava cheirando a confusão tudo isso... Realmente não sabia o que era pior na hora: ser corinthiano ou ser vascaino naquele momento. Enfim, como um sujeito sociável e agradável para com todos... Procurei não contrariar ninguém e fiquei na minha... assim até consegui tomar uma cerveja de leve e comer queijo assado!
Mas cá comigo... fiquei pensando agora... Tive uma sensação de ser um xiita em território sunita, e vice-versa...
Procurei ser agradável, bom político na hora e, principalmente, respeitador, pois assim consegui deixar o ambiente futebolistico e fanatizado do jeito que estava... Mas será que em Israel é possível fazer isso?! Sei que nada tem a ver... mas essa experiência foi só uma 'viagem' minha, um exercício sobre enxergar as diferenças sobre o futebol, "um esporte tão humanizador, solidário, homogêneo, capaz de unir povos!" Experimentem também se for o caso...
Por Raoni Barbosa

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